terça-feira, junho 12

Presente de dia dos namorados


(<) Talvez com essa forma diferente (ainda que nem tanto), eu consiga fugir de alguns clichês, mas do último, do principal, do mais importante, ninguém vai conseguir escapar... Muito menos eu! (>)

domingo, abril 18

- a porta


- A Porta
 Meu maior problema foi gostar de mulheres. Nunca me apaixonei nem nunca amei uma pessoa, pelo menos aquele amor e aquela paixão adequada às pessoas normais, que desejam casar e ter filhos. Nunca namorei, também não sei o que é isso, exatamente. Meu problema sempre foi gostar de mulheres. Mas não daquela forma, que todos os homens gostam. Peitos, bunda, coxas. Sempre me senti atraído por aquele mistério que envolve a grande maioria delas, os sorrisos e as covinhas que se formam em seus rostos ou em suas costas.
 Sou fraco e sempre serei assim. Forte mesmo é o cara que se humilha de amor, é miserável de paixão, escolhe sofrer por uma mulher ao invés de usá-la, da forma mais literal possível. Não quero ser arrogante, nem contar vantagem. Mas eu poderia ter a mulher que quisesse. Nova, velha, casada, solteira, idealista ou fútil. Eu sempre soube o que fazer quando se tratava do sexo oposto, pelo menos até onde eu me propunha a me relacionar. Toda mulher é carente, toda mulher gosta de receber um elogio, não precisa ser sincero, pelo contrário. Toda mulher quer ser, exatamente o que não é. Pelo menos sempre trabalhei em cima disso para conquistá-las. Então se o alvo é fútil, diga que ela é inteligente, da mesma forma chame de cheirosa e elogie a roupa daquela que não se importa muito com isso. Mas enfim. Uma, entre tantas mulher me tirou o chão, por algumas semanas, é verdade. Mas foi a única e me despertar euforia e, também, raiva.
 Conheci essa mulher em um bar, nenhuma das minhas abordagens funcionou muito bem, pra falar a verdade, não funcionaram nada. Era ela que brincava comigo, não o contrário, ela pagou o próprio drinque e quase o meu, talvez para me irritar. Eu estava um pouco alto, o perfume dela me distraia e, quando vi, já estava na 4ª dose do meu amigo José. A música alta e as luzes (na realidade, não haviam muitas) me deixavam ainda mais absorto nela. Sem notar, após um ou duas horas conversando, eu tentando, desesperadamente, ganhar aquela mulher e ela divertia-se com coisas que eu falava (que, alias, acho que nunca cheguei tão perto da sinceridade) então, de repente, ela me olhou de uma forma, como se me conhecesse, e foi nesse momento que tudo que eu acreditava fraquejou, pela primeira fez. Então eu fiz minha escolha, como em qualquer filme barato, eu conversei comigo mesmo, ou pelo menos fui juiz do debate da minha consciência. Uma parte dizia para sair dali, naquele mesmo instante e a outra, bem, eu a ouvi e fiquei.
 Quarenta minutos depois, eu estava em seu apartamento, completamente perdido entre nossos beijos. Ela fez tudo que eu quis, ou foi o contrário, não tenho certeza. Mal conseguimos chegar à cama. Eu estava de quatro por ela, metaforicamente. E ela estava de quatro por mim, literalmente. Ainda antes de adormecer, alguns minutos antes do sol nascer, pensei: “É essa”. Outro erro.
 Acordei sozinho, com o sol a arder em meu rosto. Estava sozinho no quarto, que só naquele momento eu pude perceber que o era branco e estava praticamente vazio, exceto pela cama, pelo bidê e uma mala aberta, cheia de roupas nos pés da cama. Quando fiz os primeiros gestos para me levantar ela entra, vestindo minha camisa branca e, aparentemente, mais nada. Parecia um filme aquilo tudo, aquela mulher parecia não existir. Quando falou, tive de fazer força para compreender o que dizia, tamanha era a minha hipnose por seu corpo, jeito, rosto.
- Vai ficar pro almoço? – ela perguntou, sem me dirigir o olhar.
- Não sei, isso é um convite? – respondi.
Ela riu tanto com a minha resposta que quase fiquei constrangido. Quando finalmente conseguiu se recompor, ainda com ares de riso, disse:
- Não. É ironia, preciso sair – e, quando notou que eu não me movi, completou – e você também.
 “Ela deve ter seus compromissos”, pensei na hora. Então, vesti as jeans, as meias, os tênis e quando notei que estava sem minha camisa, olhei pra ela. Sem dizer uma palavra, mas fazendo uma careta, se virou, tirou a blusa ficando somente com a calcinha de algodão branca, me privilegiando com a vista das covinhas que tinha nas costas, os ombros e os cabelos loiros escondendo o pescoço. Ainda sem se virar, me atirou a camisa e vestiu uma blusa qualquer e um short que estavam em cima de uma cadeira, que mais servia de cabide, mas que eu não havia reparado até então. Botei a camisa e, enquanto ela me conduzia até a porta, fui tentando prender os botões, me deu tchau com um beijo na bochecha e quando vi, estava no corredor, com a calça pra dentro do tênis e com o zíper por fechar, a camisa mal abotoada e o cabelo e o rosto denunciando a noite que tive, mas que, não lembrava por inteiro.
 Esperando o elevador, pensei em voltar, pedir seu telefone, marcar de sair novamente ou perguntar seu nome, decidi que não, eu já havia deixado, anotado em um papel meu número. Quando a porta do elevador se abriu, vi um homem, um pouco mais velho que eu, com um buque de rosas vermelhas clichês à mão, vestindo uma camisa branca idêntica, não fosse a minha estar tão amarrotada. Com um leve aceno de cabeça saiu do elevador me dando passagem. Entrei. Apertei no botão do primeiro andar, me olhei no espelho, a felicidade e a euforia ainda se misturavam com a perplexidade que aquela mulher, menina, garota, sei lá havia instalado em mim. Então tive um baque, um turbilhão de pensamentos, me virei quase sabendo o que ia ver. O homem do buque de rosas clichês estava parado em frente da porta que eu acabara de sair.

quinta-feira, dezembro 17

- 3 poemas, 2 músicas


- Tormento
Porque ando tão triste,
Com o que não existe?
Porque ando estressado,
Com os que estão ao meu lado?
Porque as coisas estão acontecendo
De forma tão sem sentido?
Com aquele ritmo lento
Como se me renegasse momentos contigo?
Porque me pergunto tanto,
Sobre coisas que não saberei a resposta?
Porque fico perdido em um canto,
Renegando o agora?
Alguém me explica, por favor,
O que é isso novamente?
Que me causa tanto furor
Mas que me atormenta a mente.




- Conflito
Ando em conflito
Ninguém ouviria meu grito
Pedindo ajuda
Meu peito se inunda de ti
Me afogo em sonhos
Me acordo com rolos
As mãos tremem,
Meus olhos brilham
Tuas imagens gemem
Nossos corpos se agitam
E acordo de um salto
Olho pro lado
E vejo outra ao meu lado



- As páginas de um livro
O gosto do cigarro
Aquele dia nublado
Meu coração partido
Perdi os sentidos
Um momento acordado
E três apagado
Tento esquecer
Do que quero ter



As páginas de um livro
Amassadas sob as estrelas
Enquanto tiro teu vestido
Escolho a mais bela



Perdida no espaço
Há muito esquecida
A estrela (de)cadente
Há muito, muito perdida



Coloquei teu nome
Todos dados de informação
Na estrela com fome
Da nossa paixão









Faço o post com duas músicas que venho escutando direto! *-*



domingo, novembro 15

- Diferenças e casamentos


Hoje estou fazendo uma coisa que havia algum tempo que não fazia, refletir sobre os outros, sobre mim, sobre as coisas, etc. Nem mesmo quando escrevo um poema eu chego a pensar, digamos, “na vida” (não necessária e exclusivamente na minha) social, que tipo de imagem eu passo aos outros, assim como que imagem os outros me passam.

Ontem, fui a um casamento, todo “chic”, com tooodas aquelas idiotices de apresentação de slides com fotos constrangedoras, com os mais de UM garfo e UMA faca que, sinceramente, a maior parte das pessoas não entendem qual os que precisam usar primeiro e porque, com os milhares de taças quando, muito bem poderia ter um copo (só para o uísque) e uma taça pro resto, não sou adepto à etiqueta, acho idiota o posicionamento dos talheres ‘querendo’ dizer, por códigos, o que você está fazendo. Mas, temos de posá-los ao lado do prato se estamos comendo, cruzá-los se terminamos, etc. A única utilidade que vejo nisso, é não passar vergonha diante das pessoas que sabem o que tem de fazer, sabem as regras de etiqueta.

Mas essas coisas não me irritam tanto quanto às pessoas que vão nesses tipos de festa, casamento é, essencialmente, como festa de quinze, a diferença, de acordo com minha namorada é que, no casamento, a mulher tem de dividir 10% de atenção com o noivo e, convenhamos, o homem acha essa porcentagem muita coisa, homem não sabe posar pra foto, ficar caminhando como idiota de mesa em mesa agradecer a presença. PORRA! Os caras que tão gastando rios de dinheiro e ainda são eles que tem de agradecer? Pô, que agradeçam os convidados pelo uísque doze anos (que, normalmente bebem os de 12 reais), pela comida, teoricamente, liberada já que sentimos aquela limitação em, de fato, matar a fome, pela festa, ai a festa, as de casamento são péssimas, acho que desde os anos 70, quando dancing queen, do Abba era hit, que eles tocam as mesmas insuportáveis músicas. Mas eu preciso, tenho a necessidade de falar sobre a minha relação com os convidados.

Tu chegas a uma casamento, de certa forma animado, por que não da pra lembrar qual o último que fomos e, com aquela promessa da comida, da bebida, da festa, etc. Quando chegamos, damo-nos conta que não conhecemos ninguém e, as que conhecemos, desejamos profundamente NÃO conhecer. Ontem nem foi tanto, eu conhecia UMA pessoa dentre as 5, 6 que tinham menos de 21 anos, era meu primo, é um cara legal, mas somos pessoas muito diferentes, muito mesmo, notava-se pelos trajes de cada um, ele estava impecável, o terno preto, o sapato, a gravata, o cabelo emplastado de gel e a barba feita, não tenho noção, na verdade se ele fez mesmo ou se ele não tem mesmo. Eu, contrastava ao lado dele, o tênis, a jeans(muito comportada até, mas ao lado dele parecia uma calça de abrigo) a CAMISETA que causava um impacto tremendo em quem via, mesmo sendo da Osklen, o paletó bem despojado e, por fim, os cabelos que teimam em se ajeitar, além dessa diferença notória, percebem-se outras coisas mais, enquanto eu aproveitava pra beber uísque, mesmo que, uma noite antes, eu havia tomado litros de álcool e ter dormido apensas 3 horas após uma das melhores festas que fui, ele tomava uma cóquinha, enquanto eu vou ao jogo do inter de inferior, no meio da popular, ele vai na social, ao invés de ser feliz.. não preciso terminar. Mas o ápice de nossas diferenças foi quando, enquanto conversávamos, eu perguntei que tipo de balada eles curtiam e tal e ele falou que gostava de dance e, ao rebater a pergunta, eu disse que eu curtia muito o Porão do Beco a cara que ele fez foi hilária, parecia um certo medo de que eu fosse um veado gigante que ia agarrar ele, como de fato tem alguns lá. A cara que ele fez, somada as das outras 3 pessoas que estavam comigo, inclusive a da minha namorada me fazem graça, muita graça. Nem me importo com isso. Adoro aquela coisa underground, dirty, abafada, caótica que é o beco, nem todo mundo gosta pensando que é um antro de gays e lésbicas, deixa eles então. E até sobre isso, percebe-se nossa última diferença marcante, em relação ao casamento, obviamente. Como eu fui bem cedo pra casa, não sei o que aconteceu no restante da ‘festa’, mas ele deve ter se divertido, ‘dançado’ bastante e hoje deve estar bastante cansado, perceba-se que é cansado que ele deve estar, não de ressaca. Não que eu admire ficar bêbado, tomar todas, etc.

 Mas eu tenho 19 anos, trabalho, estudo, escrevo, amo, coisas que precisamos ter certas responsabilidades sobre e, quando saio é, justamente, pra tentar aliviar as tensões que essas coisas todas causam, é o MEU jeito, lógico, pode ser questionado, claro, mas eu, desse jeito, sou um cara que me divirto, muito! Tenho os melhores amigos possíveis (aqui, queria fazer uma obs a dois deles que tão sempre comigo, talvez não fisicamente, mas no peito mesmo. A Clah e o Gabe, brigado haha) e eu, sinceramente, só iria curtir a tal festa de casamento, quando todas as luzes se apagassem, tocassem algo bem agitado e alto e quando o barulho de copos e cadeiras quebrando, começassem a ser escutados. Só diferenças.

quinta-feira, novembro 12

- Dois dos mais bonitos que escrevi


- Sobre as coisas

Esses dias pensei sobre todas as coisas relativas
Sobre as partículas de todos os sentimentos
Sobre garotas enjoativas
Sobre como as coisas se mexem ao vento
Sobre as flores coloridas
Sobre as cicatrizes do tempo
Sobre o dia ensolarado
Sobre meus sentimentos estranhos
Sobre os meses extraviados
Sobre teus olhos castanhos
Sobre o tempo que um dia perdi
Sobre as diferenças dos anos
Sobre aquele show que eu vi
Sobre minha mãe, suas louças e panos
Sobre meu pai e o trabalho
Sobre as ambições que tenho tido
Sobre as arvores, suas folhas e seus galhos
Sobre com quantos anos vou ter filhos
Sobre como escrever melhor
Sobre como viver melhor
Sobre como amar melhor
Na sombra da nuvem que sonha com a brisa
Que muda tanto quanto a vida.
__________


- Tentei Relevar

Percebi tudo que tentava relevar
Relevei aquilo que não dava pra lembrar
Lembrei de coisas sem hesitar
Hesitei quando tentei te amar.

Amei-te por todo o tempo que deu
Dei tudo que tu poderias querer
Quis te dar tudo que é meu
Meu Deus, porque tenho de viver?

Vivi os dias da melhor forma
Formei planos, esquemas e sonhos
Sonhei te pegar e fugir, ir embora;

E embora não consigas perceber
Percebi a fragilidade de tudo
E tudo acabará, o que fui e o que vou ser


terça-feira, outubro 27

- Ditadura

Te emprestarei minha vida
Para que faças o que queiras
E por pelo menos um dia
Possa dizer tuas asneiras

Mas não te darei rimas além dessas
Então me aproveite da maneira que entender
E fingirei gostar até que me dispessas
Não te negarei amor, sexo ou abraços.

Não tatuarei nossos nomes no braço
Mas jurararei ser teu essa semana
Ou até quando queiras, eu acho

Emponha-me sob tua ditadura
De romances clichês e baratos
E, simplesmente, beija-me na chuva

terça-feira, setembro 29

- àquela que ninguém tem ciúmes

Não importa quanto tempo passe
Uma semana ou ano sem te ver
Mesmo que tudo mudasse
Ainda assim, adoraria você

E mesmo que eu fosse viajar
Me lembraria lá de outro lugar
Daquelas duas semanas na praia
Que aproveitei demais

Mas preciso de pouco tempo contigo
Pra lembrar que não existe ninguém igual
A essa menina, mulher, vazada e genial
Pessoa que tu és

E mesmo não acreditando na parte
Do vazada, queria que soubesse
Por esse poema que, por mim, és muito amada

quinta-feira, setembro 24

- Faz o que tu quiser

Agora mesmo, tava falando com uma amiga minha que me venho essa inspiração de escrever sobre o tema: ‘Faz o que tu quiseres’. Porra, porque, quando uma pessoa diz isso, não significa EXATAMENTE isso? Eu mesmo admito, caso alguma vítima leia, fiz isso. Que merda, porque a gente tenta passar a impressão que ta tudo ok? Pô, se tu chega a falar algo do gênero pra uma pessoa, que normalmente seria tua amiga e tal, era de esperar que tu falasses a verdade não? Claro que não! Às vezes, pra não parecer egoísta ou infantil a gente fala esse tipinho de coisa, mas já ta subentendido que quando falamos isso, o significado oculto(nem tanto na real) é: NÃOFAZISSOFILHO(a)DAPUTA!

Então, quantas amizades a gente tem de perder por ser idiota? Ou mesmo que não perca, aquele estresse todo de discutir, de explicar: ‘pô, era pra tu ter entendido mané!’ , de pensar que aquela mina(ou cara, no caso de gurias, mina ou cara, dependendo da sexualidade, haha) ta com teu amigo(a) ou qualquer outra coisa. E isso, remete àquele post que eu fiz sobre hipocrisia, pra que dizer que ta tudo bem? Se não ta? (To com a impressão de estar escrevendo redação de colégio, que a gente fala sempre a mesma coisa sobre aquele tema chaaato, só enrolando :x). Mas é algo pra se refletir! Eu sei que eu devia ter falado ‘não’ mas o outro devia ter me entendido né! Né? Será?


Só pra finalizar, já que não tem muito mais o que dizer sobre, uma recomendação de quem vos escreve: Se um dia estiveres numa situação do gênero, fale a verdade. Ou se estiver do outro lado. Não faça nada. Nada mesmo! Nem perguntar “Sério?” vale, porque

terça-feira, setembro 22

- Amor de Pinheira

Escute meu bem
A noite já vem
Mas o mar não se vai
E nossa rede não cai

E naquele balanço penso
Fugir dos meus tormentos
E que na areia, nossos pés
Deixaram algumas marcas
Que a maré as fez sumir

Então não interessa
Já que essa paixão passou
E na areia farei novas pegadas
Com outro alguém, dando risada.

Mas o dia está por chegar
Deixando laranja o mar
E a lua vai se despedindo
E você se despindo

E tudo parece sorrir
O mar gargalhando feliz
E eu precisando me ir

Porque já está tarde
E amanhã, preciso levantar
Para o sol aproveitar
E no mar de pinheira morar


OBS: Esse poema, ta um pouco(na real, beeem) diferente do original, isso vai ser inútil para a maioria, já que poucos leram. Mas mais do que nada pra eu saber que não é original mesmo.

- Sonhar

Eu não vou mais me comportar
Não quer mais essas algemas
Vou me jogar das nuvens
Mais altas. E cair no mar.

E porque não vens junto pra cá?
Quem sabes deixa aí a chicará de chá?
Basta só ter um sonho pra começar
E fazer daquela vida teu quintal

E se em algum ponto ficares com medo
Fecha os olhos e lembra
Que voltaremos pra casa cedo

Mas se quiseres ficar um pouco mais
Não há problema algum
Na verdade, é só não acordar.