domingo, novembro 15

- Diferenças e casamentos


Hoje estou fazendo uma coisa que havia algum tempo que não fazia, refletir sobre os outros, sobre mim, sobre as coisas, etc. Nem mesmo quando escrevo um poema eu chego a pensar, digamos, “na vida” (não necessária e exclusivamente na minha) social, que tipo de imagem eu passo aos outros, assim como que imagem os outros me passam.

Ontem, fui a um casamento, todo “chic”, com tooodas aquelas idiotices de apresentação de slides com fotos constrangedoras, com os mais de UM garfo e UMA faca que, sinceramente, a maior parte das pessoas não entendem qual os que precisam usar primeiro e porque, com os milhares de taças quando, muito bem poderia ter um copo (só para o uísque) e uma taça pro resto, não sou adepto à etiqueta, acho idiota o posicionamento dos talheres ‘querendo’ dizer, por códigos, o que você está fazendo. Mas, temos de posá-los ao lado do prato se estamos comendo, cruzá-los se terminamos, etc. A única utilidade que vejo nisso, é não passar vergonha diante das pessoas que sabem o que tem de fazer, sabem as regras de etiqueta.

Mas essas coisas não me irritam tanto quanto às pessoas que vão nesses tipos de festa, casamento é, essencialmente, como festa de quinze, a diferença, de acordo com minha namorada é que, no casamento, a mulher tem de dividir 10% de atenção com o noivo e, convenhamos, o homem acha essa porcentagem muita coisa, homem não sabe posar pra foto, ficar caminhando como idiota de mesa em mesa agradecer a presença. PORRA! Os caras que tão gastando rios de dinheiro e ainda são eles que tem de agradecer? Pô, que agradeçam os convidados pelo uísque doze anos (que, normalmente bebem os de 12 reais), pela comida, teoricamente, liberada já que sentimos aquela limitação em, de fato, matar a fome, pela festa, ai a festa, as de casamento são péssimas, acho que desde os anos 70, quando dancing queen, do Abba era hit, que eles tocam as mesmas insuportáveis músicas. Mas eu preciso, tenho a necessidade de falar sobre a minha relação com os convidados.

Tu chegas a uma casamento, de certa forma animado, por que não da pra lembrar qual o último que fomos e, com aquela promessa da comida, da bebida, da festa, etc. Quando chegamos, damo-nos conta que não conhecemos ninguém e, as que conhecemos, desejamos profundamente NÃO conhecer. Ontem nem foi tanto, eu conhecia UMA pessoa dentre as 5, 6 que tinham menos de 21 anos, era meu primo, é um cara legal, mas somos pessoas muito diferentes, muito mesmo, notava-se pelos trajes de cada um, ele estava impecável, o terno preto, o sapato, a gravata, o cabelo emplastado de gel e a barba feita, não tenho noção, na verdade se ele fez mesmo ou se ele não tem mesmo. Eu, contrastava ao lado dele, o tênis, a jeans(muito comportada até, mas ao lado dele parecia uma calça de abrigo) a CAMISETA que causava um impacto tremendo em quem via, mesmo sendo da Osklen, o paletó bem despojado e, por fim, os cabelos que teimam em se ajeitar, além dessa diferença notória, percebem-se outras coisas mais, enquanto eu aproveitava pra beber uísque, mesmo que, uma noite antes, eu havia tomado litros de álcool e ter dormido apensas 3 horas após uma das melhores festas que fui, ele tomava uma cóquinha, enquanto eu vou ao jogo do inter de inferior, no meio da popular, ele vai na social, ao invés de ser feliz.. não preciso terminar. Mas o ápice de nossas diferenças foi quando, enquanto conversávamos, eu perguntei que tipo de balada eles curtiam e tal e ele falou que gostava de dance e, ao rebater a pergunta, eu disse que eu curtia muito o Porão do Beco a cara que ele fez foi hilária, parecia um certo medo de que eu fosse um veado gigante que ia agarrar ele, como de fato tem alguns lá. A cara que ele fez, somada as das outras 3 pessoas que estavam comigo, inclusive a da minha namorada me fazem graça, muita graça. Nem me importo com isso. Adoro aquela coisa underground, dirty, abafada, caótica que é o beco, nem todo mundo gosta pensando que é um antro de gays e lésbicas, deixa eles então. E até sobre isso, percebe-se nossa última diferença marcante, em relação ao casamento, obviamente. Como eu fui bem cedo pra casa, não sei o que aconteceu no restante da ‘festa’, mas ele deve ter se divertido, ‘dançado’ bastante e hoje deve estar bastante cansado, perceba-se que é cansado que ele deve estar, não de ressaca. Não que eu admire ficar bêbado, tomar todas, etc.

 Mas eu tenho 19 anos, trabalho, estudo, escrevo, amo, coisas que precisamos ter certas responsabilidades sobre e, quando saio é, justamente, pra tentar aliviar as tensões que essas coisas todas causam, é o MEU jeito, lógico, pode ser questionado, claro, mas eu, desse jeito, sou um cara que me divirto, muito! Tenho os melhores amigos possíveis (aqui, queria fazer uma obs a dois deles que tão sempre comigo, talvez não fisicamente, mas no peito mesmo. A Clah e o Gabe, brigado haha) e eu, sinceramente, só iria curtir a tal festa de casamento, quando todas as luzes se apagassem, tocassem algo bem agitado e alto e quando o barulho de copos e cadeiras quebrando, começassem a ser escutados. Só diferenças.

Um comentário:

Gabriel D. Sperb disse...

um dia tu ainda vai me trocar pelo beco...
mas pelo amor de deus... mais uma sexta seguida não :\